Espaço Naturológico | Terapêutico | Preventivo

Arquivo para julho, 2010

A “evolução” do homo-sapiens

Por Yukie H.


Para refletir…

Natural – adj. 1. Da natureza 2. Em que não há trabalho ou intervenção do homem. 3. Que segue a ordem natural das coisas; lógico. 4. Inato, congênito. 5. Instintivo. 6. Próprio, peculiar. 7. Espontâneo. 8. Nascido, oriundo. Sm. 9. V. nativo (4). 10. Aquilo que é conforme a natureza.

Parto natural – segundo recomendações da OMS a porcentagem de cesarianas não deveria ultrapassar 15% dos nascimentos. Estatísticas do IBGE datadas de 2007 indicam no Brasil 47% de cesarianas, número esse  crescente por comodidade de pacientes e médicos, ignorando  as maiores taxas de mortalidade e desenvolvimento de complicações respiratórias , entre outras desvantagens para essa opção.

Sementes – Durante décadas sementes naturais tem sido substituídas por sementes criadas em laboratório com o intuito de saciar a fome do mundo. Hoje, os campos então produtivos padecem sob as intempéries da natureza. Cientistas caçadores de sementes percorrem  os locais mais longínquos do planeta em busca das espécies naturais que resistiram nas mãos de poucos agricultores crédulos  no valor milenar de sementes que resistiram através dos tempos sob as inclemências do sol,do vento, do sal. Essas preciosidades quando encontradas são armazenadas em um local ermo no Ártico – a Arca de Noé dos tempos modernos.

Faixas de areia e de habitações sendo devoradas pelo mar “impiedoso” na Praia da Armação em Florianópolis. Segundo alguns geólogos esses episódios são decorrentes da edificação de molhes nessa região,por comodidade da comunidade pesqueira, alterando todo o ciclo natural de retirada e reposição da areia das praias da região. Previsão de retomada do processo caso destruam-se os molhes: 30 anos…

Com a mobilidade cada vez maior da humanidade entre os continentes, a introdução de espécies, tanto vegetais como animais, em ambientes onde não se encontram seus predadores naturais, garantia do equilíbrio de um ecossistema, tem provocado verdadeiros desastres, muitas vezes culminando com a exterminação de espécies locais antes em perfeito equilíbrio. Isso pode ser comprovado com a introdução das abelhas africanas no continente americano, com os peixes cabeça-de-cobra, originários da China nos rios dos EUA, com os ratos e camundongos introduzidos com os navios dos primeiros exploradores na Ilha Macquarie, um pedaço de terra entre a Austrália e a Antártida, considerada sitio histórico do Patrimônio Mundial pela Unesco. Nesse caso, para controlar os roedores foram importados gatos selvagens mas a provisão de coelhos deixados na ilha para saciar a fome de eventuais náufragos foi mola propulsora para o aumento dos felinos. Ao mesmo tempo duas espécies de pássaros que não voavam foram extintas. Mesmo sendo a comida preferida dos felinos, os coelhos multiplicaram-se e teve-se então a idéia de introduzir um vírus que exterminasse os orelhudos através da mixomatose. Controlada a população de coelhos, os gatos sem predadores adequados e com menos coelhos à disposição incluíram as corujas no seu cardápio o que levou a decisão das autoridades por exterminá-los. A então controlada população de coelhos voltou a crescer sem que a mixomatose fosse arma suficiente para controlá-los. Os coelhos destruíram então toda flora local, causando deslizamentos de terra que acabaram  com uma grande colônia de pinguins. Agora um ambicioso plano quer eliminar em conjunto cerca de 130 mil coelhos, 36 mil ratos e 103 mil camundongos o que consumirá vários bilhões de dólares sem a certeza de que mais essa intervenção não ocasionará outro prejuízo ao ecossistema local já tão combalido.

A lista da mão do homem intervindo sobre todas as espécies e de carona sobre ele próprio, tratando-as com especismo, pode ser interminável para algo que pretende ser apenas um artigo, mas seria adequado e decente da nossa parte se antes de ajudar os semelhantes nas diversas tragédias causadas por catástrofes ambientais pudéssemos prestar atenção à causa primeira e não a conseqüência. Perder o foco de nossas ações tem nos custado se não a vida, no mínimo a qualidade dela, mas se pensarmos que a natureza sempre encontra seu rumo para restabelecer o sistema, talvez tudo que esteja ocorrendo seja nada mais do que a destruição natural de uma espécie que o planeta em sua sabedoria inata não mais suporta.

 

Yukie H. é uma mercadora de idéias.


Aromaterapia – Perfil: Palmarosa

 

Por Márcia Watanabe Hitaka


Atendendo a solicitação da leitora Camila, postando o perfil do óleo essencial de Palmarosa.

E graças a Camila, fomos notificados que a foto anterior, referia-se ao Jasmim Manga. Obrigada leitora!

 

 

Denominação botânica: Cymbopogon martini

Processo de extração: destilação a vapor das folhas e panículas. Necessários 50 à 100 kg de plantas para extrair 1 kg de óleo essencial.

Nota perfumística: meio

Persistência da nota inicial: forte

Descrição olfativa: fresco, doce, floral, um pouco similar ao aroma do óleo de Gerânio.

Principais componentes químicos: ésteres, álcoois monoterpenos.

Indicações: citofilático (estimula a regeneração celular, queimaduras, feridas,úlceras varicosas, acnes, furúnculos, foliculite e ferimentos em geral), equilibra a secreção natural das glândulas sebáceas (pele desidratada, opaca, madura, impura. É considerado um bom hidratante para a pele), anti-séptico (fungicida, antiviral, bactericida do sistema tegumentar e digestório), estimulante do apetite, inapetências, anorexia nervosa.

Efeitos emocionais: indicado para a depressão, acalma a mente e ensina a se tornar mais flexível. Aumenta a sensibilidade e criatividade mental. O aroma dá a alma muita leveza e harmonização interior, acalmando paixões. Ensina a forma de agir pela suavidade.

 

Cuidados: Evite o uso prolongado deste óleo, mesmo sendo indicado para tratamentos de pele. Se estiver grávida, certifique-se de usa-lo diluído a 0,5%.

 

Curiosidades/particularidades: Seu aroma lembra os óleos essenciais de Rosa e Gerânio, em virtude do conteúdo de geraniol. Até mesmo a Farmacopéia Brasileira aceita este óleo como substituto para o próprio óleo de Rosa. Assim, por causa desta semelhança olfativa, e por ser mais barata, é amplamente utilizada para adulterar esse óleo essencial. Para Ulrich (2004), a Palmarosa é considerada anafrodisíaco.

 

Para quem se interessou pelo assunto e quer conhecer um pouco mais, veja post, Aromaterapia: Fragrâncias no ar.

 

Alguns autores indicados:

Corazza, S. Aromacologia – uma ciência de muitos cheiros. São Paulo: Senac, 2002.

Davis, P. Aromaterapia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

Silva, A. R. Tudo sobre aromaterapia. São Paulo: Roca, 2001.

Ulrich, H. N. Manual prático de aromaterapia. Porto Alegre: Premier, 2004.

 

 

Márcia Watanabe Hitaka é naturóloga. Para conhecê-la um pouco mais, acesse: Profissionais.

 


Um olhar sobre Avatar

Por Daiana Strada


O filme AVATAR nos conduz por um mundo espetacular além da imaginação, onde um herói, Jake Sully, ex-fuzileiro naval confinado a uma cadeira de rodas, embarca numa aventura épica, e acaba lutando para salvar o mundo extraterrestre, chamado Pandora, da exploração dos humanos, do raro minério unobtanium. Lá, além da riqueza em biodiversidade, existe também a raça humanóide Na’vi, com sua própria língua e cultura. O que evidentemente entra em choque com os humanos da Terra. Os Na’vi vivem em harmonia com a natureza e são considerados primitivos pelos humanos. Eles veneram uma deusa chamada Eywa.

Como os humanos não são capazes de respirar na atmosfera de Pandora é criado o Programa Avatar, onde a consciência  é ligada a um avatar, um corpo biológico controlado à distância capaz de sobreviver nesse ar letal

Renascido em sua forma avatar, Jake consegue voltar a andar e em sua missão de infiltração se apaixona por uma bela Na’vi, Neytiri. Conforme ele se aprofunda na convivência com os humanóides mais ele aprende a respeitar a cultura e conhecimento deles. Por fim, muito adaptado a este novo mundo, escolhe viver entre os Na´vi.

Até aqui, este filme épico de ficção científica aparentemente não teria nada de mais surpreendente do que os efeitos especiais. Mas um olhar mais atento pode nos remeter a diversos simbolismos e associações que dariam uma lista bem extensa. E indo além da mitologia, encontraremos muitas relações com o que aprendemos na Naturologia.

A começar com a ligação íntima que os Na´vis têm com a natureza. Eles não se sentem separados da mesma, mas sim fazendo parte dela, como mais uma peça do ecossistema. Não se consideram seres superiores ao ambiente em que vivem. Eles são a própria natureza! A adoração à uma deusa, que se manifesta em uma árvore, demonstra claramente esta ligação, e reforça a idéia que o divino está em tudo e que nós fazemos parte deste tudo, desta natureza, interligados por uma rede de energia.

E ter a consciência de que fazemos parte do todo é entender que as nossas diferenças, tanto físicas quanto comportamentais, são apenas diferentes formas de manifestação divina. Então, se sentir separado do estranho que está a sua frente na fila do banco é pura ilusão. Não se sentir unido energeticamente ao outro é talvez alimentado por uma necessidade de segurança.

E assim, muitas vezes, agimos de forma receosa ou mesmo agressiva diante do que nos é estranho/desconhecido ou daquilo que temos dificuldade em entender. No filme, os humanos, por desconhecerem Pandora, tentam atacá-la, dizimá-la.

E quantas vezes, nós naturólogos, temos dificuldade em compreender aquilo que nos é diferente? Não que seja tarefa fácil, mas como reagimos diante daquilo que não compreendemos?

É preciso aceitar antes de entender, e entender antes de julgar.

Quando Neytiri olha para Jake e fala : “- Eu vejo você!”  – Podemos entender que ela quer dizer que vê  a sua alma,a sua essência!  Ela ACEITA a alma desta pessoa.

E se me perguntarem o que o filme me acrescentou, responderei: O verbo VER.

VER os seres humanos, a natureza, a nossa ligação. E assim, ACEITAR o que nos é diferente. Porque este diferente não é menos Sagrado que nós e faz parte do mesmo todo.

 

Daiana Strada é naturóloga. Para conhecê-la um pouco mais, acesse: Profissionais.


Aromaterapia: Fragrâncias no ar – Lavanda

Por Márcia Watanabe Hitaka

Embora o termo Aromaterapia tenha sido empregado pela primeira vez no século XX, a sua origem é mais remota. Arqueólogos encontraram vestígios de diversas plantas de conhecido valor medicinal em necrópoles e sítios arqueológicos do homem primitivo. É uma longa história, que passa pelos egípcios, chineses, gregos e romanos.

Atualmente, a aromaterapia é contextualizada como a ciência que utiliza substâncias aromáticas naturais – os óleos essenciais – para fins terapêuticos, visando a harmonização das funções vitais, mentais, emocionais e energéticos.

Os óleos essenciais são substâncias complexas, extraídas de folhas, flores, talos, caules, haste, pecíolo, casca ou raízes de plantas. Há vários tipos de extração: destilação a vapor, prensagem e obtenção a frio, solventes, enfloragem, por meio de dióxido de carbono ou hidrofluorcarbonados. O óleo extraído é constituído por centenas de substâncias químicas, como álcoois, aldeídos, ésteres, fenóis e hidrocarbonetos. Essa constituição faz que sua ação no organismo tenha atuação terapêutica: fisiológicas (estimulante e/ou sedativo), farmacológicas (antifungicida, antiséptico) e psicológicas (força, insegurança, medos).

Convenhamos, quem, em algum momento, não foi “tocado” por um aroma? O cheiro convidativo de um café fresquinho, o pão sendo assado, as mais variadas nuances aromáticas das flores, o cheiro da casa depois da faxina, o perfume do amado(a). Para tudo isso, há uma explicação, vamos conhecer o caminho que o aroma percorre. Ao aspirarmos  um óleo essencial, este é absorvido pelos nervos olfativos, indo diretamente para o cérebro, onde atinge a região do hipocampo, relacionada ao comportamento, à memória e à emoção. Por esta propriedade, os óleos essenciais são muito indicados no tratamento de doenças psicossomáticas. Ao atingir outra região do sistema nervoso, o sistema límbico, o aroma segue para três regiões: o hipotálamo, que controla a agressividade e os impulsos motivacionais; a glândula pituitária, que tem ação direta sobre as glândulas supra-renais e as glândulas sexuais. Aumentam também a circulação periférica do corpo, alteram o comportamento da corrente sanguínea, do aparelho digestivo, urinário, cardiovascular, pulmonar e a secreção de hormônios.

Devido a amplitude de efeitos no organismo humano, bem como a abrangência de possibilidades de tratamento, a aromaterapia é muito mais do que uma simples terapia dos cheirinhos.

Há uma lista de cuidados que envolvem idosos, crianças, grávidas, lactantes, hipertensos. Convém consultar um aromaterapeuta e/ou naturólogo, para as devidas orientações quanto a escolha do óleo essencial, seu uso e posologia.

Para ilustrar este texto, achei que seria interessante discorrer sobre um óleo essencial, vamos conhecer a Lavanda. Uma curiosidade: é o óleo mais estudado mundialmente, contém 167 componentes químicos conhecidos.

Denominação botânica: Lavandula officinalis e/ou angustifólia.

Processo de extração: destilação a vapor. Necessários 100 kg para obtenção de 1 kg de óleo

Nota perfumística: saída/meio

Persistência da nota inicial: média

Descrição olfativa: fresco, doce, floral, herbal, levemente frutal.

Principais componentes químicos: ésteres, álcoois, óxidos e cetonas.

Indicações: antifúngico, bactericida, analgésico(dores musculares e articulares, dores de cabeça e enxaqueca), calmante e sedativo(ansiedade, insônia, taquicardia, palpitação e depressão), cicatrizante(queimaduras, feridas, úlceras varicosas, acne e ferimentos em geral).

Efeitos emocionais: Provém do latim lavare, significa lavar, limpar. Os antigos romanos queimavam a planta para purificar o quarto dos doentes. Pela leveza que transmite, ajuda a soltar pensamentos fixos e refresca a cabeça quente, restabelecendo o equilíbrio mental. Reforça a criatividade e a facilidade de decisão para direcionar os rumos da vida. Pode ser utilizada tanto nos estados de impaciência, insônia, nervosismo ou estresse, quanto nos estados depressivos, de desânimo e de esgotamento físico e mental.

Contra-indicado para aqueles que estejam tomando medicação que contenham ferro e/ou iodo.

Para quem se interessou pelo assunto e quer conhecer um pouco mais, alguns autores indicados:

Corazza, S. Aromacologia – uma ciência de muitos cheiros. São Paulo: Senac, 2002.

Davis, P. Aromaterapia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

Silva, A. R. Tudo sobre aromaterapia. São Paulo: Roca, 2001.

Ulrich, H. N. Manual prático de aromaterapia. Porto Alegre: Premier, 2004.

Márcia Watanabe Hitaka é naturóloga. Para conhecê-la um pouco mais, acesse: Profissionais.


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